quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Portugal e as penas que formam as asas

Voo dos Gansos
Vou analisando e percebendo que alguns dos problemas de Portugal devem-se à falta de liderança direccionada a nós próprios Portugueses. À falta de ASSOCIATIVISMO e à incapacidade de aceitar Regras.
O Português ainda não saíu a lei e já está a ver como a contornar, ainda não saíram os cortes já está a protestar, elege um lider e já esta a dizer mal.Adoramos "distancias" como DR, Eng.º, Presidente, Ministro etc...Adoramos isto que não nos leva a lado nenhum!Na Dinamarca(entre outros países) tratam-se por TU ou pelo nome porque ninguém é superior a ninguém só por ter uma Licenciatura, Mestrado, Doutoramento.Eu não deixo de ser Hélio para ser Dr. !Não ensinarei os meus filhos baseado nos valores que aprendi/do na universidade e que me colocam duas letras atrás.Os meus filhos vão me chamar Pai e não Dr!
O português vê também o Associativismo como algo para quem não tem nada que fazer ou para os "chico espertos".Quem faz parte, por exemplo, da Associação de Pais é sempre aquele pai/mãe chato/a que se mete onde não se deve meter. Porque fomos ensinados a responder e não a perguntar! Qualquer Associação que surja para ser participativa, ajudar, apoiar, mover ideias e vontades é vista com desconfiança ou " isto deve ser para lavar dinheiro" ou...ou...ou... E fazer algo pelo país? Ser participativo? A cidadania em Portugal começa na altura de pensar no partido e termina na ída às urnas ( isto se não tiver a chover porque se tiver e eu for então sou um Cidadão de primeira linha). A partir desse momento está entregue o rumo do País e eu vou para casa ver um filme descansado e esperar pelos próximos 4 anos a comentar tudo e mais alguma coisa sem qualquer base credivel, muito alicerçado no “ouvi dizer” ou “Eu tenho cá uma ideia”! E onde? No “café Central” que é o sitio mais comum de Associativismo das Minis, Médias, imperiais, caracois em que se vai oscilando entre a bancada Super-Bock/Sagres. E quando se ouve falar em cortes no ordenado porque Portugal produz a 48% e tem nivel de vida de quem produz a 70%? Ahhhh isso é que não! Ouvem-se logo vozes dizendo: "politicos são todos uns gatunos ( pode acontecer como em qualquer área)! Isto é uma vergonha!"...Entretanto os 48% vs 70% entram por um ouvido e saem por outro e porquê? Porque isso não é musica para os ouvidos. Isso é conversa para os governantes! Eles que cuidem dessa parte dos numeros mas não dos da minha carteira. Em Portugal existem umas 400.000 Associações. Parece muito mas comparando com outros países é um numero vergonhoso e pode have uma relação entre Desenvolvimento/Associativimo. As Associações quando funcionam com rigor e vontade de remarem todos no mesmo sentido podem trazer resultados brillhantes para todos. Como por exemplo a Associação da Industria do Calçado que tem vindo a crescer e a fazer crescer o nome de Portugal no Mundo. Porém também continuam a existir pequenas Associações que ao juntarem-se todas podiam partir rumo a novos mercados e ter uma representação capaz e credivel. Mas como o egoísmo e o medo de o outro ter mais que eu próprio é uma constante quando existem, por exemplo, Feiras Internacionais vão todos e não fazem Um! Enquanto a Economia de Escala for uma miragem as empresas exportadoras vão acabando.
Existem também muitos casos de Sucesso de empresas Portuguesas com trabalhadores Portugueses! Existem muitos casos de empresas estrangeiras que têm em Portugal dos melhores Exemplos que até chegam a ultrapassar a empresa Mãe em resultados e porquê? Porque são bem lideradas, com uma liderança direccionada e não com modelos que servem nos outros países mas cá não porque somos especiais! Mas somos bons! Temos a criatividade, o espirito de sacrificio, o espirito de grupo. Falta-nos o Rigor e método dos Alemães. O NG disse numa entrevista " É mais facil ser Português no estrangeiro"! Concordo! Porque cá, tal como Miguel Esteves Cardoso escreveu " Em Portugal, ter amor às nossas coisas implica dizer mal delas, já que a maior parte delas não anda bem"
E no fim...Aprendamos com eles:  http://groups.ist.utl.pt/unidades/tutorado/files/Voo-dos-Gansos.pdf

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Estado do País por Eça de Queirós há 140 Anos

Eça de Queirós (1845-1900)
"...Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abatimento de carácteres, mesmo desleixo de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal...» Eça de Queirós, «Farpas», 1872"






"Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padres-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado

- e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!"



  As Farpas foram crónicas publicadas em fascículos mensais iniciada em Maio de 1871.
Pela sua caricatura da sociedade da época — que em muitos aspectos se mantém ainda hoje atual — e pelo seu humor, As Farpas são páginas importantes da literatura portuguesa.




"A obra de Eça de Queirós não envelheceu, podia ter sido escrita esta manhã" 

terça-feira, 10 de maio de 2011

O texto que mais me marcou. Obrigado Prima Sofia!

Não me lembro do dia em que te conheci nem tenho na memória muitos momentos vividos contigo.
É verdade.

Lembro-me de te ver em casamentos, em raros encontros familiares, em algumas comemorações de aniversários, em ocasiões menos felizes, nos intervalos das Verdes ou, simplesmente, por acaso.

O facto de seres rapaz e de termos idades próximas... não nos terá juntado em muitas brincadeiras na nossa infância. É uma realidade.

Nestas coisas de Família às vezes é mesmo assim... desencontramo-nos, seguimos rumos diferentes, não nos vemos, sabemos uns dos outros por outros, telefonamo-nos no Natal ou se alguém está doente e pouco mais.

Um dia estava no Facebook e encontrei-te por lá.

Adicionei-te e vi as tuas fotografias.

Senti-te feliz e fisicamente muito diferente.

Na minha memória eras gordinho e sorridente - com um sorriso rasgado, contagiante, sincero e meigo.

Desde esse dia que começei a seguir o que escrevias.

Surpreendi-me.

Surpreendi-me muito.

Surpreendi-me com a capacidade que tens em expressar-te em palavras.

Surpreendi-me com a capacidade que tens em transmitir o que queres e o que te faz viver.

Surpreendi-me com a capacidade sublime que tens em escrever o que sentes.

Aos poucos fui-te re-descobrindo.

Descobri a tua persistência.

Descobri a tua força.

Descobri o teu empenho.

Descobri a tua determinação.

Descobri a tua convicção.

Hoje sei que lutas pelo que queres e que vences obstáculos para chegares à meta.

Hoje sei que és uma Pessoa com um coração grande.

Hoje sei que voas para lá das núvens e que tens sonhos por realizar.

Hoje sei que fazes a diferença no meu mundo.

Hoje sei que estás a viver um grande desafio.

Hoje sinto uma alegria imensa porque o Mundo nos voltou a encontrar.


Hoje o Nuno Gama tem, na Moda Lisboa, um modelo PERFEITO.

... não pela tua experiência em passereles.

... não pela tua vontade em fazer disto vida.

... não pelo teu entusiasmo em ser modelo profissional.

Mas, simplesmente, porque este momento é o reflexo positivo da tua determinação, da tua luta, da tua vontade, da tua energia.

Tenho um orgulho imenso!!!


Partilhar contigo o meu Mundo é um enorme prazer.


No outro dia passei por lá... e fotografei, de dia, o colchão que lhe deste.

Para saberes que há coisas muito pequeninas que fazem uma grande diferença na vida.


Gosto de ti!


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sofia Valente - O Exemplo



Nesta pequena reportagem consigo identificar na perfeição o teu preceito, o teu compromisso de vida. Mesmo sem seres mãe passas valores únicos aos teus "filhos" , mesmo sem seres fogo passas calor e luz aos que visitas à noite, mesmo sem seres uma casa consegues ser o "abrigo" de muitos, mesmo sendo pequena és tão grande que chegas ao outro lado do mundo e deixas a tua Marca, fazes história e plantas sorrisos.
As estrelas que vestias ontem são as que deixas cair ao passar por toda uma população carenciada.
Quantas e quantas pessoas nascem, vivem e morrem e a única História que fizeram foi a delas mesmo, num núcleo fechado?! A tua História já é enorme e conta-se também pela dos Outros porque tu fazes parte e relanças novos capítulos na vida deles. Parabéns!

Repito o que te escrevi em 2010:

"No dia em que eles pensarem em mudar de vida nós estamos cá"...Difícil é encontrar pessoas que vêm o fracasso como um passo para o Sucesso. Fácil é encontrar quem quer ver os outros mais para baixo com o seu egoísmo e aí se sentirem superiores sem subir. Parabéns pela entrega, parabéns pela saúde diária que lhes transmites, parabéns pelo exemplo, parabéns pela mensagem que dás aqueles que não sabem o que os espera se continuarem a ver a vida passar sem assumirem um compromisso com eles mesmo! Parabéns pelo serviço que prestas a todos nós que achamos maravilhoso o que fazes mas que muitas vezes preferimos o calor da sala ao frio das ruas. Porém, acredito que chegues com o coração mais quente que muitas salas com lareira.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pequenos prazeres de "nada" que valem tudo na hora de acordar um interior

" E tenho saudades do mar. Do mar,do cheiro,do toque, da água, da transparência, da cor, do avassalador, do desmesurado, do sal, do vento, do movimento, do vazio, do cheiro, da quietude, da areia, do silêncio embrulhado no barulho, de tudo.
E meto-me no carro e vou ter com ele. A viagem é pouco mais que curta e agrada-me. Gosto de ir sozinha, de não ter que emitir sons que se transformem obrigatoriamente em palavras, gosto da música, porque a escolho, gosto do verde da paisagem, da textura do caminho, gosto da sensação de estar cada vez mais perto, Gosto do mar principalmente durante o Inverno, todo aquele quadro parece que está só à minha espera para se sentir completo. Gosto, e como, devoro com necessidade e gosto. Sentada, sinto a areia, sinto a sua água, sinto um grio que me gela a espinha e faz a simbiose acontecer. Perco o olhar no horizonte, na linha do horizonte, a linha imaginária à altura dos olhos que separa a parte superior da parte inferior da visão, perfeita quando o céu toca no mar, porque qualquer que seja a altura em que se observa o horizonte está sempre na altura dos olhos do observador. Sou o observador. Sinto o vento com violencia na alma, como se no sótão do insconsciente estivessem estendidas cordas e cordas de roupa, hotel memória, que aquele ar salgado seca a uma só passagem, deixando cheiro e sabor a maresia. Sinto o som das gaivotas a fazer poesia, e o resto do mundo a envolver tudo com o seu bater estranho compasso.
Depois cai a noite e eu caio em mim, tudo muito devagar, depois de eu ter ficado esquecida ali por várias horas. Não me perguntem em que penso, porque não sei. Talvez a magia resida exactamente nisso, não pensar, apenas sentir, sentir-me parte, sentir gratidão por existir, sentir que as coisas até conseguem fazer sentido, uma onda depois de outra onda, depois de outra onda, apenas sentir. Esquecer as palavras, as minhas e as dos outros, apenas sentir-me, palpar-me, encontrar-me, ou mesmo perder-me ainda mais...Às vezes estou tão à toa que não passo de um rio à procura de um lugar para desaguar. Para desaguar a tristeza, e melancolia e a solidão, que meto dentro de uma garrafa, fecho cuidadosamente, atiro para longe e espero que vagueie à deriva em alto mar, sem nunca chegar à palma de uma mão, pois prefiro que ninguém saiba que uma vez por outra me sinto tão vazia como o vazio daquela garrafa.
Mas, se alguém alguma vez encontrar uma das minhas garrafas, peixe de vidro que consegue respirar fora de água, depois de caír no vazio, encontra um sorriso que apenas tenta dizer que por instantes estive mais leve ou quase feliz. Mas primeiro, primeiro tem de caír no fundo do mar, tem de voltar a sentir uma vontade inabalavel de respirar outra vez"

Excerto do Livro - A Solidão dos Inconstantes - Raquel Serejo Martins
Já o li há uns tempos e Adorei este livro, identifico-me em muitas coisas que nele me fazem mergulhar dentro de Mim e ficar feliz por ter chegado a esta vontade inabalavel de "respirar" outra vez.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Nós como Marca

Cada um de nós é uma Marca S.A, cada um escolhe como se quer diferenciar num mundo cada vez mais competitivo. As grandes Marcas destacam-se da produção em série sem a inovação, diferenciação, investimento na imagem que transmite, no intelecto e na ligação que estabelece com o "consumidor" final. Cada um escolhe se quer ser uma Marca S.A ou um produto de linha branca.
P.N. Hélio Antunes